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JI ONLINE - MEMÓRIA: Costa e Silva sua História e sua Gente
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Arquivo JI - Olga Prister Flores Entrevistada em junho/2000
Da redação - 15/4 - 8h50/ Ary Silveira de Souza - A luz elétrica era substituída por velas e lamparinas a querosene; a falta de água encanada por água da chuva e como não havia serviço de entrega de gás o fogão era alimentado com lenha.
Mais um capítulo da história do bairro Costa e Silva é contado por Olga Prister Flores, primeira moradora da Vila Costa e Silva, em 1969. Natural de Luiz Alves, na época, distrito de Itajaí, onde nasceu em 20 de dezembro de 1910. As dificuldades vividas pelos primeiros moradores do atual bairro Costa e Silva são relatadas nesta entrevista.
Viúva, aposentada, Olga Prister Flores chegou à Vila Costa e Silva em 1969, e conta que adquiriu, através de financiamento da COHAB, a primeira casa da vila, todas construídas pela Comasa - Construtora Comercial e Industrial S/A. Daqui em diante, deixemos que nossa entrevistada faça o relato.
Vida dura: "Quando cheguei aqui não existia ônibus, tinha que caminhar até a rua Dr. João Colin e lá aguardar o ônibus para o centro. Na Prudente de Morais existiam poucas casas, muito mato e lama. Quando chegava na rua Dr. João Colin é que a gente calçava os sapatos, até lá usava botas. Na vila, a lama era tanta que lembro de um dia ter ajudado a desencalhar um jeep com tração nas quatro rodas. Tivemos que esperar ainda mais de um ano para a implantação de linha de ônibus de hora em hora."
Trazia água do serviço: "Sem luz elétrica, água encanada e entrega de gás, usava a querosene e velas, enquanto a água, aproveitava os dias de chuva para encher os baldes. Sem gás, cozinhava com lenha fora de casa. Muitas vezes trazia quatro litros de água quando retornava do serviço. Eu trabalhava na Cerealista DARWIL, na rua Tenente Antônio João, onde tinha água encanada.
Fui a primeira moradora a solicitar a ligação de água encanada, mas como a minha rua não tinha nome, encontrei dificuldades. A pessoa que atendeu disse que eu teria que informar o nome da rua. Então pensei e disse que o nome da rua poderia ser 'Curió' ou 'Canário', mas fui informada de que existiam ruas com esses nomes. Foi então que lembrei de três aracuãs que todos os dias cantavam perto de minha casa, a sugestão foi aceita e mais tarde o nome foi oficializado. Ainda moro na rua Aracuã. Quanto à luz elétrica chegou por volta de 1971."
Igrejas, escolas e comércio:"Antes da construção da atual Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, as missas eram celebradas no interior de um galpão, onde também eram realizadas as festas. Não tinha escola na Vila, a mais próxima ficava na rua Dona Francisca, bairro Santo Antônio, o atual Colégio Giovani Pasqualini Faraco. Não existia comércio, somente a vendinha que ficava na rua Guilherme, onde o proprietário era conhecido por Zé da Baixada".
O desenvolvimento: "Com o início da terraplanagem para a construção da fábrica da Embraco começou a fase de desenvolvimento da nossa Vila Costa e Silva. Juntamente com a instalação de indústrias, o comércio também se desenvolveu, muitas pessoas foram chegando e a Vila Costa e Silva se transformou. Hoje tudo é melhor e é mais fácil viver aqui, temos luz, água, ônibus, comércio onde tem de tudo, temos ruas asfaltadas, nem se compara com aqueles tempos, foi um começo muito difícil." Encerra a moradora.(Costa e Silva sua História e sua Gente - Publicação do Jornal do Costa e Silva editado pela empresa Jornal dos Bairros de Joinville - página 7/edição junho/2000).
Ary Silveira de Souza - editor do JI Online
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